domingo, 24 de fevereiro de 2013

Meu amor, você não tem preço.




Nada, na verdade substituirá um amor perdido. Nada vale o tesouro de tantas recordações. Não se reconstrói esse amor.

Assim é a vida. Trabalhei somente para a plena satisfação material. Construí a minha prisão, dei a mim mesmo a amarga sentença.  Encerrei lá dentro, solitário, com o meu tesouro que não é páreo para comprar nada que valha a pena viver.

Então quando percebo, já não existem mais flores no meu jardim. A brisa gelada soa como um cortejo fúnebre e as aves apregoam sons de blasfêmia, como os que não creem em Deus.
Meu perfume tem cheiro da morte e o manjar sabor de fel. Sou prisioneiro da minha mente e escravo dos meus desejos. Sou saciado por melancolia e cólera. Estou viciado em dor, e por mais que me consome nunca estarei farto.

Meu coração está árido e minha cisterna está seca. Roubaram meu rosto, deletaram minha história e feriram minha alma. O silêncio me estoura os tímpanos e o medo sacude o corpo.

Se procurar nas minhas lembranças uma que deixou um gosto durável, se faço o balanço das horas que valeram a pena, certamente só encontrarei aquelas que nenhuma fortuna do mundo me teria presenteado. Não se compra um amor.

Esta nova face do mundo depois desta etapa difícil, estas arvores, estas flores, você, este sorriso colorido pela vida, este mundo onde só habitam nós dois, o dinheiro não compra.
Se eu buscar nos tesouros da sabedoria que o tempo produziu, encontrarei uma regra de ouro para o bem viver: O amor. 

Se eu vasculhar nos escritos de todos os povos, verei que em todos eles o amor desempenhou o mais sábios de todos os sentimentos que o homem pôde cultivar. Um amor sincero o qual nenhuma razão humana pode compreendê-lo. O amor não tem preço.

Jonatas Amaral


Nenhum comentário: